ECUMENISMO — Religião dos mediocratas
O ecumenismo, com a infatigável e vã tagarelagem de seu diálogo, é bem a religião dos mediocratas. Uma espécie de seguro, ou de resseguro, para a vida e para a morte, mediante o qual todas as religiões são solicitadas a dizer em coro que indiferentemente, em qualquer delas, os homens podem alcançar para sua saúde, seus negocinhos e sua segurança, e mesmo depois da morte, um bom convívio com Deus.Nesta perspectiva, parece que a Deus é indiferente a que se siga qualquer religião. Pode-se até blasfemar contra Ele e persegui-Lo. Pode-se até negá-Lo. Ele é indiferente a todos os atos dos homens. Olimpicamente indiferente. Ecumenicamente indiferente. Como aliás os medíocres, por sua vez, tenham eles ou não algum Crucifixo, algum Buda de louça ou de cerâmica, ou algum amuleto nos locais em que dormem ou em que trabalham, são olimpicamente indiferentes a Deus.
Na atmosfera relativista dos paraísos cubiculares mediocráticos, Deus é — segundo o brocardo italiano — um ente “con il quale o senza il quale, il mondo va tale quale” [com o qual ou sem o qual, o mundo vai tal qual].
Nesta perspectiva também, Deus pagaria aos homens na mesma moeda. Poder-se-ia então dizer que a humanidade é, para Ele, o formigueiro (ou nó de víboras?) “con il quale o senza il quale, Iddio [o Senhor Deus] va tale quale”.
A esse ateísmo ecumênico e relativista corresponde uma específica modalidade de deterioração moral.
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