6 de septiembre de 2016
A tentação totalitária do PT
A tentação
totalitária do PT
06 Setembro 2016
A crise que
culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff parece ter estimulado o
PT a adotar estratégias típicas de movimentos totalitários. Numa delas, a
realidade percebida pelos sentidos é rejeitada in limine, pois é considerada como uma
mentira construída pelos inimigos do povo para realizar seu perverso projeto de
dominação. Em seu lugar, o PT oferece a “verdadeira” realidade, aquela que se
constitui do que não é perceptível, do que está escondido, do que não se dá a
conhecer senão por meio da revelação dos que passaram pelo adequado treinamento
ideológico. A ideologia petista dá a seus simpatizantes o conforto de
substituir o mundo real, com suas contradições e seus acidentes, por um mundo
em que tudo faz “sentido”, graças ao discurso que lhe empresta coerência, mesmo
que nada disso tenha a mais remota conexão com a realidade.
É com esse
viés que os petistas, derrotados pela Constituição e pela democracia, querem
fazer acreditar que o País viveu um “golpe”, com a destituição da presidente
Dilma Rousseff, e que agora está em curso um processo que culminará em breve
num “estado de exceção”, semelhante ao da ditadura militar.
De acordo
com essa estratégia, é preciso apostar na confusão moral. A manutenção da ordem,
dever da polícia, é tratada como repressão arbitrária – e qualquer ato da
polícia nesse terreno, mesmo que no estrito cumprimento do seu dever, é logo
apropriado e divulgado de forma estridente pela máquina de propaganda
partidária com o objetivo de construir a realidade que lhe interessa.
Mas Dilma
não tem nenhum interesse no mundo real. Seguindo a delirante cartilha de seu
partido, ela colhe acontecimentos aqui e ali conforme estes se encaixem na tese
lulopetista de que está em andamento uma grande conspiração para estabelecer
uma ditadura no Brasil, como a de 1964. “As pessoas vão para as ruas e vem a
repressão. Cegam uma menina. Depois, matam alguém, como foi com o estudante
Edson Luís”, disse Dilma em entrevista a jornalistas estrangeiros, fazendo
absurdo paralelo do caso atual com o do assassinato de Edson Luís em março de
1968 pelas forças do regime militar. Mas ela foi adiante: “O terrorismo de
Estado é gravíssimo. O poder dele para reprimir é muito forte. Assim começam as
ditaduras”.
É com essa
lógica rasteira que os petistas pretendem convencer os brasileiros de que
estamos às portas de um regime de exceção. O objetivo é criar uma atmosfera
favorável à defesa de soluções que, a título de preservar a democracia,
representariam na verdade uma ruptura, ou seja, um golpe, cujo objetivo é
restituir o poder aos que, em respeito à Constituição, dele foram apeados. É o
caso da proposta de antecipação das eleições presidenciais, que o PT agora
encampou sob o título “Diretas Já” – alusão malandra ao nome do movimento que
há mais de 30 anos ajudou a enterrar a ditadura militar.
A resolução
do PT que anunciou a tal “Diretas Já” nem se dá ao trabalho de dizer como essas
eleições seriam realizadas, já que contrariam a Constituição. Mas o pensamento
petista prescinde da razão – esta, aliás, é sua inimiga mortal e deve ser
combatida com todas as forças e por todos os meios. Assim, sempre que alguém
renuncia à capacidade de pensar e abraça a lógica oferecida pela doutrina
petista, o exército de liberticidas se adensa, e o cerco pernicioso à
democracia se fecha um pouco mais.
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