14 de junio de 2016
Editorial – Agora, na mira de Francisco: os bispos!
13 JUNHO, 2016
“Como uma mãe amorosa”. Esse é o título do Motu Proprio que Papa Bergoglio acaba de publicar. O assunto é a remoção dos bispos que são negligentes em seu ofício episcopal.
Agora, eles estão no alvo: os bispos!
Logo no artigo 1o., Francisco afirma sem titubeios: “O Bispo diocesano ou Eparca, ou aquele que, mesmo que a título temporário, tem a responsabilidade por uma Igreja particular ou por uma outra comunidade de fieis equiparada a essa, no sentido do c. 368 do CIC e do c. 313 do CCEO, pode ser legitimamente removido do seu cargo, se tiver, por negligência, feito ou omitido atos que tenham provocado grave dano a outros, tratem-se de pessoas físicas ou de uma comunidade em seu conjunto. O dano pode ser físico, moral, espiritual ou patrimonial”.
Em um artigo, o Papa argentino colocou quase a totalidade dos bispos em situação perigosa. Aliás, não apenas os bispos, mas até mesmo os administradores diocesanos ou apostólicos que, a título temporário, tiverem algum dos problemas acima.
Notem que o dano pode ser físico, moral, espiritual ou patrimonial! Qual é a diocese que não tem algum clérigo, ou até mesmo o próprio Ordinário, que não tenha feito ou omitido atos que tenham causado algum dano desse tipo?… Estamos certos de que o leitor conhecerá um, senão alguns ou muitos casos em que o bispo se encontraria exatamente nessa situação.
Lembram aquele padre que deu escândalo e foi removido para outra paróquia ou diocese, como se nada tivesse acontecido? Ou aquele que foi preso porque teve de denunciar suborno de eventuais amantes e continua celebrando suas missas, com anuência do bispo e até da mídia? Ou aquele que engravidou uma moça e o bispo disse que ele não precisava abandonar o ministério, mas apenas mudar paróquia, e depois foi transferido? Ou aquele que faliu uma comunidade, e outra, e outra, e outra, e continua a falir, porque paga pontualmente a cúria? Ou aquele bispo que injustiçou um padre bom, jogando-o numa paróquia longínqua e miserável? Ou mesmo o bispo que destruiu a vida de um seminarista, expulsando-o de um seminário injustamente? Ou daqueles que permitem suas universidades e seminários serem infestados de hereges, expulsando os bons teólogos? Ou dos bispos que vivem onerando as paróquias com taxas que ninguém sabe para que serão usadas? Ou dos bispos que proíbem a missa tradicional em suas dioceses, mas permitem todos os abusos litúrgicos? Ou dos bispos que só falam em dinheiro, em construção de Catedrais milionárias e modernosas, vivem viajando mundo afora ou tirando fotos de bermuda e postando no facebook? Até agora só vimos alguns padres serem penalizados. Agora, chegou a vez dos bispos! Eis a grande novidade!
Claro, o bispo terá tempo de se defender e produzir provas, e a Congregação dos Bispos poderá até mesmo consultar a Conferência Episcopal… Mas, diante de fatos e de acusações do povo, que margem haverá para escapar das evidências de negligência? No Brasil, esse é o pecado capital do governo dos bispos. Negligência! E negligência já nos seminários, cujo maior número é entregue a formadores incapazes e, por vezes, inidôneos. Agora ficou fácil: basta abrir a caixa preta! E não faltarão ex-seminaristas, padres afastados, funcionários ou pessoas prejudicadas que não queiram abrir a boca!
Diante disso, Francisco oferece aos bispos duas alternativas: uma, com misericórdia; e outra, sem misericórdia. Ah, a misericórdia de Francisco!
“Caso considere oportuna a remoção do Bispo, a Congregação estabelecerá, com base nas circunstâncias do caso, se:
1o. dar, em mais breve tempo possível, o decreto de remoção;
2o. exortar fraternalmente o Bispo a apresentar a sua renúncia no prazo de 15 dias. Se o bispo não der a sua resposta no prazo previsto, a Congregação poderá emitir o decreto de remoção”.
Lembramos que, no segundo caso, a práxis seria aquela adotada com o finado Dom Rogélio Livieres: depois de sua remoção, não foi nomeado bispo emérito, mas ex-bispo de Ciudad del Est, porém, no caso dele, amado e venerado pelo povo e pelo clero.
Como o Motu Proprio entra em vigor no dia 5 de setembro, já deve ter começado a correria para se produzir provas e testemunhos em defesa dos negligentes. Admitamos: isso chega a provocar, digamos, misericórdia.
Claro! Todos sabemos que hoje em dia os bispos acabam caindo em situações que nem eles mesmos nunca imaginavam ter de enfrentar. Tantas vezes, acabam ajudando um padre por acreditarem em sua possibilidade de conversão. Eles são bispos, não delegados de polícia.
Pois é, mas, mesmo nesses casos – e não falamos daqueles propriamente escandalosos e negligentes –, um bispo pode perder sua diocese. E não terá ninguém para quem apelar. Se for religioso, ainda pode voltar para o convento; mas, se for diocesano, o jeito mesmo é começar a vida do zero.
Bem… Não acreditamos que Francisco faça isso propriamente por amor à justiça. Não! Justo ele que condenou o inocente Dom Livieres e promoveu o conhecidamente escandaloso Mons. Ricca ao IOR. E nem falemos do caso do badaladíssimo Mons. Camaldo…
Francisco é um soberano. Age como ditador. Como religioso, comporta-se propriamente aos modos de um superior dalguma congregação religiosa: a Igreja virou o seu convento.
Dizia Maquiavel, “divide e reinarás!”. E, de fato, Francisco é bem maquiavélico. Primeiro, jogava o povo contra os padres, em discursos sempre críticos, chegando mesmo a dedicar o Capítulo III de Evangelii Gaudium para denigrir as homilias dos padres. Como se ele fosse um grande orador, com seus três pontinhos… Nesse quesito, aliás, quantas saudades de Ratzinger! Ao invés de indiretas e banalidades, ele brindava a Igreja com uma elevada teologia. Mas, enfim, águas passadas…
Agora, Francisco joga o povo contra os bispos. Está aberta a temporada de caça! Basta fazer uma denúncia, padres ou leigos, e a guilhotina começa a ser afiada, como uma mãe amorosa.
Esperamos que, agora, os bispos acordem! Durante muito tempo foram complacentes e, brindando a promessa circense de uma eventual sinodalidade, hipnotizados com o discurso colegial bergogliano, deixaram passar monstruosidades como as aberrações doutrinais de Amoris Lætitia. Agora, eles serão as vítimas dessa arbitrariedade e, talvez assim, e somente assim, percebam quanto custa negociar com a verdade do Evangelho para insuflar a vaidade mundana de um homem.
Por detrás da demagogia de Francisco jaz um déspota cujo desejo de poder não supera apenas a obstinação ideológica. Obstinação que visa transformar o catolicismo numa sucursal da ONU, e fazê-lo o homem mais aplaudido do mundo e… pelo mundo!
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