Plinio Corrêa de Oliveira
Excelsitudes do Sacerdócio e
apostolado contra-revolucionário
Simpósio com Sacerdotes, Êremo do Amparo de Nossa Senhora, segunda
Reunião, 25 de setembro de 1990
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A D V E R T Ê N C I
A
O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de
conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da
TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.
Se o
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre
nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial
disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério
tradicional da
Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como
homenagem a tão belo e constante estado de
espírito:
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Campanha da TFP no Viaduto do Chá, na capital paulista, da obra
"As CEBs...
das quais muito se fala, pouco se conhece - A TFP as descreve como são"
(...)
No caso concreto da TFP, ela não se limita a ser uma organização de leigos
que fazem apostolado, mas é uma organização de leigos dentro de uma
“débâcle” [ruína, desabamento, n.d.c.] enorme! E considerando
que muita gente não via esse desabamento como devia, mas que observava
apenas alguns aspectos (dessa crise). E em que os melhores procuravam
corrigir aspectos da situação e não procuravam ver que todos esses
desabamentos tinham um unum [a Revolução] e que, portanto, a
solução tinha que ser dada no unum [ou seja, fazendo a
Contra-Revolução]. Porém estes faziam esforços mais ou menos vãos, pois
enquanto combatiam um mal, deixavam-se infiltrar por outro mal. De maneira
que se estava numa situação verdadeiramente lastimável. Foi nessa
conjuntura que apareceu a TFP.
A
Revolução prefere atacar antes a ordem espiritual
(Pe.
“X”: Agora, poder-se-ia dizer que a Revolução prefere atacar antes a ordem
temporal, por causa da natureza humana, por causa das coisas sensíveis
tocarem muito mais facilmente o homem? Ela tem uma certa preferência ou
não?)
Sob
certo ponto de vista, mas não sob todo ponto de vista. Porque a ação da
ordem espiritual sobre a temporal é muito mais eficaz do que a recíproca.
O que está bem. E um pouco que eles progridam na ordem espiritual lhes dá
mais progresso depois na ordem própria temporal, do que se fosse o sentido
oposto. De maneira que, dependendo das circunstâncias históricas, em que
in concreto ela encontra um Rei, ou um Cardeal ou um Papa que lhe
serve os desígnios, a Revolução vai como pode.
Por que
a Providência suscitou a Contra-Revolução na ordem temporal?
(Pe.
“X”: Por que então a Contra-Revolução foi privilegiada pela Providência na
ordem temporal? Porque, afinal de contas, a Contra-Revolução está sendo
feita por um leigo, e o senhor sempre acentuou esse lado da sacralização
da ordem temporal. Por que a Revolução é feita nesse sentido, se a
Contra-Revolução ela jogou...)
Eu não
tenho certeza se a Providência não convidou e não suscitou vários
eclesiásticos para isto, como também suscitou vários leigos, que recusaram
e aguentaram a meias ou não aguentaram nenhum pouco. E por causa disso
acabou caindo nas mãos de um leigo, de quem Nossa Senhora teve particular
misericórdia, e que escorou. Os senhores viram pelo que foi contado ontem
que não é fácil a situação de um leigo perseverar inteiramente nas
condições opostas que os senhores viram ontem.
E
embora eu não tenha tido o prazer de os conhecer quando eram seminaristas
e embora minha vida de moço parecesse muito mais regalada do que a vida de
moço que os senhores tiveram, exatamente porque eu era leigo e tinha
facilidades de vida que as condições do seminário não proporcionam, acho
que sofri muito mais do que os senhores! (...)
(Pe.
“X”: Perfeitamente. Mas aí podia-se objetar: a Providência não escolhe os
leigos adequados, com a direção certa?)
Não.
Ela às vezes, por esta ou aquela razão, escolhe pessoas inadequadas para
fazerem uma determinada obra e com isso punirem os que deveriam fazer e
não fazem. Ou simplesmente realçar a maior glória de Deus.
O
exemplo de Santa Joana d'Arc
Por
exemplo, Santa Joana d'Arc. Uma coisa – sob certo ponto de vista
–completamente inadequada uma donzela que realizasse aquela obra,
vivendo
no meio de acampamento de guerreiros, não podendo evitar um
convívio
assíduo com seus principais companheiros de armas. E tratando com o
Rei,
fazendo política, etc., quando era mais normal que a Providência
suscitasse um homem para ser um general.
Que
intuito houve nisso? Não era o de proclamar que daí por diante as mulheres
seriam guerreiras. Mas é de estabelecer uma exceção para castigar os
guerreiros daquele tempo, que já são os da decadência da Idade Média. E
para castigar a Hierarquia eclesiástica, que também estava se deixando
levar pela decadência. E também para castigar o Rei, que era um
janistroques, um tíbio, um bobo, um homem de uma certa consciência por
algum lado e que tinha medo de não ser o verdadeiro rei da França. Mas era
aquele medo mole do escrupuloso e não o temor do homem de consciência
reta, etc. Santa Joana d'Arc foi mandada para tudo isso junto. E podia
perfeitamente ser que a Providência tivesse em vista as duas coisas ao
mesmo tempo...
(Pe.
“X”: Aliás, ela disse. Perguntaram a ela por que uma mulher se tornara
guerreiro. Ela disse: eu estou fazendo o trabalho dos homens porque faltou
um homem para fazer a missão dele)
Faltaram homens sensíveis à voz de Deus e querendo obedecer-Lhe como ela
fazia. Então Ele escolheu uma mulher.
Fidelidade
à Hierarquia
A TFP
fez com os titulares da ordem espiritual o que fez com os da ordem
temporal. Quer dizer, eu procurei de todos os modos aproximar-me e manter
boas relações com o maior número possível de Bispos, com o intuito
definido de por meio de bons contatos, amizade, gentileza de toda ordem,
convidando mesmo vários para irem almoçar ou jantar em casa, para
conversarmos, aprofundarmos temas, demonstrando uma fidelidade e uma
obediência sem limites [nos termos que a Igreja estabelece, claro está], e
chegar a ponto de eles serem abertos ao que se dissesse para mostrar a
situação como estava, para eles reagirem.
O
sacerdócio tem nas mãos um fogo sagrado, que é o creme dos cremes do
apostolado
(...)
Bem, aí é rezarmos, desejarmos e compreendermos a potência do que os
senhores têm na mão! Os senhores têm na mão um verdadeiro fogo sagrado!
Uma coisa incomparável! Celeste! O povo olha para os senhores com uma
veneração, com uma admiração da qual talvez os senhores não tenham uma
noção exata. Em parte porque o povo está muito perdido e portanto não
deixa transparecer a influência que uma palavra dos senhores tem. Mas tem
muita! E ainda hoje eu tenho certeza que se houvesse um Papa que
convocasse um Concílio para pôr em ordem todas as coisas, a Revolução não
continuava o caminho! Disso eu estou certo!
Agora,
no íntimo dos senhores eu acho ultra necessário, aconselhável, que
procurem estar ao par – fazer o que fazem – acompanhar os acontecimentos
políticos, sociais, econômicos, conhecer a mentalidade dos seus
paroquianos sobre esses pontos, para, tendo que tratar disso – e não
tratar tão raramente – baterem no ponto certo, e tocarem a coisa como deve
ser. Mas, o creme, propriamente o creme é o efeito próprio, direto dos
sacramentos, da vida interior, da piedade, a manutenção da Igreja nas
condições adequadas, o culto todo. Isto é o creme dos cremes.
Um dos
senhores me dirá: "Mas, então, por que o Sr. não foi ser Padre?!"
Eu
tenho convicção íntima – nem sei de quando ela data! – de que não deve ser
isto. E que eu estou fazendo o que devo. Mas isto não me impede de ter
toda essa veneração ultra profunda pelo sacerdócio, pela importância do
sacerdócio, etc.
Basílica de Nossa Senhora do Carmo, São
Paulo, 1° de dezembro de 1957. Acima e abaixo, fotos da ordenação sacerdotal do então
Diácono José Luiz Marinho Villac, de quem o Prof. Plinio foi Padrinho de
Ordenação
O neo-Sacerdote
apresenta suas mãos, ainda perfumadas pela Unção Sacerdotal, ao ósculo de
seu Padrinho. E por uma providencial coincidência, foi o então Cônego José
Luiz Villac quem deu a extrema-unção ao Prof. Plinio, em outubro de 1995,
após décadas de valoroso apoio à TFP.
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12 de enero de 2016
Plinio Corrêa de Oliveira Excelsitudes do Sacerdócio e apostolado contra-revolucionário
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