8 de mayo de 2015
Uma Grande Golpada?
Uma Grande Golpada?
P. Nuno Serras Pereira
04. 05. 2015
O Padre Baldisseri que, ao que me dizem pessoas informadas, foi secretário do conclave que elegeu o actual Bispo de Roma (era para escrever Sumo Pontíficie, mas Francisco nunca se assinou como tal) foi inesperadamente elevado ao episcopado depois logo após a sua escolha para “orientar” o Sínodo dos Bispos. No consistório em que o Papa escolheu novos Cardeais logo ele recebeu esse título honorífico. Não foram poucos os que ficaram perplexos com esta ascenção fulgurante.
Quando acerca de um ano Baldisseri veio a Portugal foi acompanhado por um grupo de leigos, entre outros lugares, a Fátima. Numa das refeições interrogaram-no sobre o Sínodo da Família. Com o maior à vontade, como se se tratasse da coisa mais natural, retorquiu, para grande escândalo dos presentes, que “no papel tudo vai ficar na mesma, mas na prática tudo vai mudar” (Fontes próprias que considero muito credíveis).
Esta “profecia” parece estar, em boa parte, a verificar-se. De facto o P. Santiago Martín revelou que tem recebido uma avalanche de cartas de fiéis leigos queixando-se de que muitos Sacerdotes deram-se a liberdade de dar a Sagrada Comunhão a pessoas que vivem publicamente em estado de adultério, invocando o Papa Francisco, e, ademais, acusando aqueles que são fiéis à Doutrina de sempre de serem hipócritas, fariseus, etc. Por outro lado, alguns Párocos que conheço vêem-se atrapalhados com pessoas que lhes aparecem exigindo-lhes coisas, em nome do que disse o Papa Francisco, que eles, em consciência, não podem fazer...
Pessoalmente, sinto que apesar de S. João Paulo II e Bento XVI terem uma linguagem bem mais densa do que o Papa Francisco, que é muito simples e directo no que diz, eram muito mais claros do que este. Nós sabiamos exactamente o que ensinavam e o que queriam. De facto, coisa que nunca me aconteceu com os anteriores Pontíficies, frequentemente fico desconcertado, pois, certamente por limitação minha, parece-me ouvir ou ler coisas opostas e contraditórias entre si.
A “profecia”, ou artimanha?, da Baldisseri já começou a efectivar-se. Porém, esse parece ser um primeiro passo para uma revolução maior. De facto, as declarações do Cardeal Marx, reeiteradas pela conferência episcopal alemã, apontam para que no papel, isto é, na Doutrina haja uma mudança revolucionária a que eles eufemisticamente apelidam de evolução doutrinal.
É muito difícil de acreditar que o Cardeal Marx, que faz parte do grupo restricto de consultores e apoio do Papa Francisco, se tenha atrevido a tais declarações sem o prévio consentimento do Santo Padre. O facto de sua Santidade não ter reagido a tão gravíssimas afirmações parece indiciar isso mesmo. É verdade que o Perfeito para a Congregação da Doutrina da Fé reagiu fortemente considerando tais afirmações totalmente anticatólicas, mas não o fez oficialmente, nem em documento aprovado pelo Santo Padre.
Antes, porém, de indicar a ligação, ou link, para o extraordinariamente preocupante e gravíssimo relatório da conferência episcopal alemã, autorizem-me a dar-vos alguns dados que ajudarão, creio eu, a compreender como a Igreja ali etsá tão doutrinalmente, espiritualmente e moralmente corrompida: 46% dos padres não se confessam nem sequer uma vez ao ano, somente 54% o fazem; só 58% dos padres é que rezam diariamente; 60% dos que frequentam as paróquias não acreditam na vida depois da morte; 66% não acreditam na Ressurreição de Cristo.
Quanto às indicações da conferência episcopal alemã (e, claro, as de Marx) parece que se terão fundamentado, abusivamente (?), numa passagem do número 32 da exortação apostólica do Papa Francisco EVANGELII GAUDIUMque reza assim: “Mas este desejo (do Vaticano II) não se realizou plenamente, porque ainda não foi suficientemente explicitado um estatuto das conferências episcopais que as considere como sujeitos de atribuições concretas, incluindo alguma autêntica autoridade doutrinal.”.
Há gente entendida e informada que afirma que uma das pretensões destes dois sínodos, seguidos com um intervalo de uma ano, é a de provocar um processo dialético entre correntes contrapostas para alcançar uma nova síntese. Se assim for, tratar-se-ia de um processo hegeliano/marxista que nada tem a ver com o Catolicismo. Por isso, certamente não será isso.
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