Imagem peregrina internacional de Na. Sra. de Fátima, que milagrosamente verteu lágrimas em Nova Orleans no ano de 1972
ASSOCIAÇÃO DEVOTOS DE FATIMA
As provas da Realeza de Maria – Parte I
13, junho, 2013
Por Pe. Gabriel Roschini
1. O MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
a) Documentos Pontifícios. Em vários documentos pontifícios, encontramos quase de contínuo, na expressão de “Rainha da terra e do céu”, atribuída à Virgem Santíssima essa Realeza; ou em expressões de todo equivalentes.
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Recentemente ainda o imortal Pontífice Pio XI, não contente de bendizer e aprovar o projeto de dedicar-se à Catedral de Port-Said a Maria, Rainha do Universo, enviou a consagrá-la um Legado seu e ofereceu um preciosíssimo colar de ouro, cheio de diamantes, para a estátua de Maria.
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Além disso, permitiu à diocese de Port-Said acrescentar à Ladainha Lauretana a invocação:Regina mundi, ora pro nobis. Já antes de Pio XI, o imortal Pontífice Leão XIII fizera coroar em seu nome, em 1902, uma estátua de Maria, Rainha do Universo, venerada em Friburgo, na Suíça.
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Recentemente ainda o imortal Pontífice Pio XI, não contente de bendizer e aprovar o projeto de dedicar-se à Catedral de Port-Said a Maria, Rainha do Universo, enviou a consagrá-la um Legado seu e ofereceu um preciosíssimo colar de ouro, cheio de diamantes, para a estátua de Maria.
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Além disso, permitiu à diocese de Port-Said acrescentar à Ladainha Lauretana a invocação:Regina mundi, ora pro nobis. Já antes de Pio XI, o imortal Pontífice Leão XIII fizera coroar em seu nome, em 1902, uma estátua de Maria, Rainha do Universo, venerada em Friburgo, na Suíça.
b) Liturgia. Além disso, a Igreja nos faz continuamente saudar, em sua liturgia, a Virgem Santíssima com o título de Rainha: ”Salve Regina!”, “Ave, Regina caelorum!”, “Regina caeli, laetare!”
Depois, mais de 800 Bispos, dispersos por todo o mundo, indulgenciavam em suas respectivas dioceses uma prece dulcíssima à Realeza de Maria, a qual foi difundida por um grupo de piedosas senhoritas romanas e publicada em várias centenas de revistas.
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A realeza de Maria Santíssima é, portanto, uma daquelas verdades que estão contidas na pregação quotidiana e universal da Igreja e, por isso mesmo, no depósito da Revelação, isto é, na Escritura do Velho e do Novo Testamento, e na Tradição.
A realeza de Maria Santíssima é, portanto, uma daquelas verdades que estão contidas na pregação quotidiana e universal da Igreja e, por isso mesmo, no depósito da Revelação, isto é, na Escritura do Velho e do Novo Testamento, e na Tradição.
As provas da Realeza de Maria – Parte II
15, junho, 2013
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2. A SAGRADA ESCRITURA
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a) Maria, profetizada e prefigurada no Velho Testamento como “Rainha”. No Velho Testamento, a Realeza de Maria foi profetizada e prefigurada. Foi predita por Davi, seu antepassado, no Salmo 44, quando, ao descrever as núpcias do Rei incomparável, o Messias, disse:
“Eis as filhas do Rei para te honrar — a Rainha está a teu lado, com ouro de Ofir… Cheia de glória é a real menina — pérolas e tecido de ouro são as suas vestes. — Sobre tapetes bordados, é levada ao Rei — atrás dela, as virgens, suas companheiras — são levadas a ti; — conduzidas com festiva exultação, — entram no palácio real” (Sl 44, 10-17).
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Esta Rainha, como a Esposa do Cântico dos Cânticos, em sentido alegórico e literal é, além da Igreja e de modo especial, Maria, o membro mais eminente da Igreja.
Esta Rainha, como a Esposa do Cântico dos Cânticos, em sentido alegórico e literal é, além da Igreja e de modo especial, Maria, o membro mais eminente da Igreja.
Foi prefigurada, em seguida, de modo todo particular, por Betsabé, mãe do Rei Salomão e por Ester, esposa de Assuero. No livro terceiro dos Reis (3, 19-20), conta-se que Betsabé dirigiu-se para onde estava o rei Salomão, seu filho, a fim de interceder a favor de Adonias.
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O Rei levantou-se, foi a seu encontro e, voltando a sentar-se, quis que, à sua direita, sobre outro trono, sentasse também sua mãe. E esta lhe disse: Venho pedir-te uma pequena graça.
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Não me deixes voltar abatida! — Pede então, minha mãe, respondeu o Rei, é muito justo que te satisfaça. — Eis uma esplêndida imagem do quanto aconteceu e de quanto acontece continuamente no céu entre Maria e seu divino Filho.
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Entretanto no céu no dia da Assunção, onde ia interceder por nós, seu divino Filho foi a seu encontro e a fez sentar-se à sua direita, sobre um trono vizinho ao seu. E, às preces da Rainha, o Filho Rei não nega nada.
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O Rei levantou-se, foi a seu encontro e, voltando a sentar-se, quis que, à sua direita, sobre outro trono, sentasse também sua mãe. E esta lhe disse: Venho pedir-te uma pequena graça.
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Não me deixes voltar abatida! — Pede então, minha mãe, respondeu o Rei, é muito justo que te satisfaça. — Eis uma esplêndida imagem do quanto aconteceu e de quanto acontece continuamente no céu entre Maria e seu divino Filho.
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Entretanto no céu no dia da Assunção, onde ia interceder por nós, seu divino Filho foi a seu encontro e a fez sentar-se à sua direita, sobre um trono vizinho ao seu. E, às preces da Rainha, o Filho Rei não nega nada.
Outra figura radiosa de Maria Rainha é Ester, esposa do Rei Assuero (Est 2, 17; 5, 3). “O Rei”, assim se lê, “amou-a mais do que a todas as outras mulheres, pôs em sua cabeça um diadema real e a fez Rainha, em lugar de Vasti. E ordenou que se fizesse um suntuoso banquete para todos os príncipes e todos os servos, no matrimônio e nas núpcias de Ester…
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E concedeu um feriado a todas as províncias, e distribuiu dádivas com munificência de príncipe… Ester revestiu-se com o manto real e penetrou no átrio interno do apartamento do Rei e se postou em frente da sala deste. O Rei estava sentado no trono, colocado no fundo da sala.
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Apenas Assuero a viu, apresentou-lhe o cetro de ouro que tinha na mão. Então, Ester aproximou-se e beijou a extremidade do cetro. E o Rei lhe disse: Que queres, Rainha Ester? Que pedes? Mesmo que pedisses a metade de meu reino, ser-te-ia dada”.
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O comportamento de Assuero para com Ester não é, porventura, uma pálida imagem do procedimento de Jesus, Rei dos Reis, para com Maria, Rainha das Rainhas?
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E concedeu um feriado a todas as províncias, e distribuiu dádivas com munificência de príncipe… Ester revestiu-se com o manto real e penetrou no átrio interno do apartamento do Rei e se postou em frente da sala deste. O Rei estava sentado no trono, colocado no fundo da sala.
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Apenas Assuero a viu, apresentou-lhe o cetro de ouro que tinha na mão. Então, Ester aproximou-se e beijou a extremidade do cetro. E o Rei lhe disse: Que queres, Rainha Ester? Que pedes? Mesmo que pedisses a metade de meu reino, ser-te-ia dada”.
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O comportamento de Assuero para com Ester não é, porventura, uma pálida imagem do procedimento de Jesus, Rei dos Reis, para com Maria, Rainha das Rainhas?
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b) Maria saudada como “Rainha” no Novo Testamento. Profetizada e prefigurada no Velho Testamento, Maria Santíssima é saudada como Mãe do Rei e, por isso mesmo, Rainha no Novo Testamento.
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É saudada como Mãe de um Rei pelo Arcanjo São Gabriel, na Anunciação. Falando-lhe, com efeito, do Filho que ela conceberá e dará à luz, diz:
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“E o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai e reinará eternamente na casa de Jacó” (Lc 1, 32). É saudada como “Mãe do Senhor”, isto é, do Rei dos Reis, por Santa Isabel, a qual, como nota o Evangelista, falava sob a moção do Espírito Santo; “cheia do Espírito Santo” exclamou: “Como me é dado que a Mãe de meu Senhor venha a mim?” (Lc 1, 44).
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Também no Apocalipse (12, 5), a Virgem Santíssima, a mulher vestida de sol e coroada com um diadema de doze estrelas é apresentada como Mãe de um Filho que deve governar todas as nações com uma mão de ferro. Isto posto, é muito pequeno e muito fácil o passo da “maternidade do Rei” para o título de “Rainha”. São, com efeito, expressões que se equivalem.
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É saudada como Mãe de um Rei pelo Arcanjo São Gabriel, na Anunciação. Falando-lhe, com efeito, do Filho que ela conceberá e dará à luz, diz:
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“E o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai e reinará eternamente na casa de Jacó” (Lc 1, 32). É saudada como “Mãe do Senhor”, isto é, do Rei dos Reis, por Santa Isabel, a qual, como nota o Evangelista, falava sob a moção do Espírito Santo; “cheia do Espírito Santo” exclamou: “Como me é dado que a Mãe de meu Senhor venha a mim?” (Lc 1, 44).
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Também no Apocalipse (12, 5), a Virgem Santíssima, a mulher vestida de sol e coroada com um diadema de doze estrelas é apresentada como Mãe de um Filho que deve governar todas as nações com uma mão de ferro. Isto posto, é muito pequeno e muito fácil o passo da “maternidade do Rei” para o título de “Rainha”. São, com efeito, expressões que se equivalem.
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[1] Cf. BOURASSE, Summa Aurea, vol. 9 e 10.
[2] Idem.
[3] L. c., vol. 10, col. 192-212.
[4] Cf. Dict. Archéol. Chrét.,
art
. Mages, t. IX, col. 995.
[5] Cf. DELATTRE, Le culte de la S. Vierge en Afrique, Paris, 1907, p.5-6.
[6] Cf. MALE, L’art réligieux du XII siècle en France, 3ª ed., Paris, 1928, p.56.
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ROSCHINI, G. Instruções Marianas. Tradução de José Vicente. São Paulo: Edições Paulinas, 1960, p.111-114.
Fonte: Mulher Católica.org
As provas da Realeza de Maria – Parte III (final)
18, junho, 2013
3. A TRADIÇÃO
a) Padres, Doutores e Escritores Eclesiásticos. À palavra de Deus, contida na Sagrada Escritura, faz eco, harmoniosa, a voz dos séculos cristãos. O privilégio da Realeza de Maria o título deRainha, de Imperatriz, de Soberana ou Senhora[1].
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Eclesiásticos do Oriente e do Ocidente. Teríamos de nos alongar muito mesmo se quiséssemos limitar-nos a referir seus testemunhos principais. Um célebre Mariólogo do século XVII, Marracci, em sua Polyantea Mariana, chegou a enumerar 135 escritores que deram a Maria o título de Rainha, de Imperatriz, de Soberana ou Senhora[2]. Só a palavra Rainha ocupa 13 grandes páginas de citações[3].
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Eclesiásticos do Oriente e do Ocidente. Teríamos de nos alongar muito mesmo se quiséssemos limitar-nos a referir seus testemunhos principais. Um célebre Mariólogo do século XVII, Marracci, em sua Polyantea Mariana, chegou a enumerar 135 escritores que deram a Maria o título de Rainha, de Imperatriz, de Soberana ou Senhora[2]. Só a palavra Rainha ocupa 13 grandes páginas de citações[3].
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b) As antigas pinturas de Maria “Rainha”. O modo mesmo por que a Virgem Santíssima é retratada nas antigas pinturas das Catacumbas nos deixa compreender como estava inscrito profundamente na mente e no coração daqueles primeiros cristãos o inefável privilégio da Realeza de Maria.
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Em uma pintura das Catacumbas de Priscila, a qual monta ao início do II século, a Virgem Santíssima se acha representada no ato de apresentar seu divino Filho à adoração dos Magos.
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Embora a Virgem não esteja sentada, como nas pinturas dos séculos III e IV, traz contudo atavios que recordam os das Imperatrizes da primeira metade do II século, sem véu algum sobre si[4].
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No século IV, a Virgem é representada como uma Rainha no mármore negro do Museu Kircheriano e nos fragmentos de Damons-el-Karita[5]. No século VI, encontramos Maria representada nas âmbulas conservadas em Modena. Aí se vê uma Rainha, cheia de sua majestade: o mesmo tipo que se depara nos famosos mosaicos de Santo Apolinário, em Ravena, nos afrescos de Santa Maria Antiga, junto ao Fôro Romano e, mais tarde, nos portais de várias igrejas do século XII[6].
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Em uma pintura das Catacumbas de Priscila, a qual monta ao início do II século, a Virgem Santíssima se acha representada no ato de apresentar seu divino Filho à adoração dos Magos.
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Embora a Virgem não esteja sentada, como nas pinturas dos séculos III e IV, traz contudo atavios que recordam os das Imperatrizes da primeira metade do II século, sem véu algum sobre si[4].
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No século IV, a Virgem é representada como uma Rainha no mármore negro do Museu Kircheriano e nos fragmentos de Damons-el-Karita[5]. No século VI, encontramos Maria representada nas âmbulas conservadas em Modena. Aí se vê uma Rainha, cheia de sua majestade: o mesmo tipo que se depara nos famosos mosaicos de Santo Apolinário, em Ravena, nos afrescos de Santa Maria Antiga, junto ao Fôro Romano e, mais tarde, nos portais de várias igrejas do século XII[6].
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4. A VOZ DA TRADIÇÃO
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a) A Virgem Santíssima, Rainha no sentido metafórico. A razão, trabalhando com os vários elementos fornecidos pela Revelação através da Escritura e da Tradição, esclarece o fato e a natureza da Realeza de Maria.
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A Virgem Santíssima é, então, chamada de Rainha não somente em sentido metafórico, mas também em sentido próprio. Rei e Rainha em sentido metafórico e, portanto, impróprio se dizem aquele e aquela que sobressaem, de modo singular, sobre seus semelhantes em alguma prerrogativa comum.
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Assim, por exemplo, o leão é chamado rei das selvas pela sua força singular; a rosa é chamada rainha das flores pela sua singular beleza. É evidente, nestes casos, o sentido metafórico das palavras rei e rainha. Outro tanto se pode dizer de Cristo e Maria.
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Assim, a Virgem Santíssima pode ser chamada metaforicamente Rainha de toda beleza, pela singular formosura de seus traços; Rainha da santidade, pela singular plenitude de sua graça, princípio de virtudes e de méritos incalculáveis.
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E, de fato, a Igreja a invoca de contínuo nas Ladainhas Lauretanas como Rainha de todos os Santos, genericamente: “Regina Sanctorum omnium”, porque supera a todos na santidade da vida, mesmo tomados todos eles juntos; invoca-a, em seguida, de modo mais particular, como“Rainha dos Anjos”, porque a todos excede no acúmen do intelecto; “Rainha dos Patriarcas”, porque a todos sobrepuja no heroísmo e na piedade; “Rainha dos Profetas”, porque a todos se sobrevela no dom de profecia; “Rainha dos Apóstolos”, porque a todos vence no zelo; “Rainha dos Mártires”, porque a todos precede na fortaleza; “Rainha dos Confessores”, porque a todos se avantaja na confissão da fé; “Rainha das Virgens”, porque a todas transcende na imaculada pureza. Jesus e Maria, por sua beleza singular, são o Rei e a Rainha de toda a criação.
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A Virgem Santíssima é, então, chamada de Rainha não somente em sentido metafórico, mas também em sentido próprio. Rei e Rainha em sentido metafórico e, portanto, impróprio se dizem aquele e aquela que sobressaem, de modo singular, sobre seus semelhantes em alguma prerrogativa comum.
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Assim, por exemplo, o leão é chamado rei das selvas pela sua força singular; a rosa é chamada rainha das flores pela sua singular beleza. É evidente, nestes casos, o sentido metafórico das palavras rei e rainha. Outro tanto se pode dizer de Cristo e Maria.
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Assim, a Virgem Santíssima pode ser chamada metaforicamente Rainha de toda beleza, pela singular formosura de seus traços; Rainha da santidade, pela singular plenitude de sua graça, princípio de virtudes e de méritos incalculáveis.
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E, de fato, a Igreja a invoca de contínuo nas Ladainhas Lauretanas como Rainha de todos os Santos, genericamente: “Regina Sanctorum omnium”, porque supera a todos na santidade da vida, mesmo tomados todos eles juntos; invoca-a, em seguida, de modo mais particular, como“Rainha dos Anjos”, porque a todos excede no acúmen do intelecto; “Rainha dos Patriarcas”, porque a todos sobrepuja no heroísmo e na piedade; “Rainha dos Profetas”, porque a todos se sobrevela no dom de profecia; “Rainha dos Apóstolos”, porque a todos vence no zelo; “Rainha dos Mártires”, porque a todos precede na fortaleza; “Rainha dos Confessores”, porque a todos se avantaja na confissão da fé; “Rainha das Virgens”, porque a todas transcende na imaculada pureza. Jesus e Maria, por sua beleza singular, são o Rei e a Rainha de toda a criação.
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b) A Virgem Santíssima, Rainha em sentido próprio. Mas, além de lhes convir em sentido metafórico e impróprio, os títulos de Rei e de Rainha convêm a Cristo e a Maria, respectivamente, também em sentido próprio, em vista do seu primado não só de excelência, mas também de poder sobre todas as coisas.
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É bem verdade que só a Deus, como autor de todas as coisas, convém essencialmente a Realeza universal sobre todas as criaturas, que Ele governa e conduz a seu fim. Mas é também verdade que Jesus e Mariaparticipam dessa Realeza universal, que convém essencialmente só a Deus. De que modo?
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Cristo, mesmo como homem, participa dessa Realeza de duas maneiras: por direito natural e por direito adquirido. Por direito natural, antes de tudo, por causa de sua personalidade divina, ou seja, por força da união hipostática.
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E por direito adquirido, isto é, por causa do resgate do gênero humano, por Ele operado, do domínio de Satanás. Outro tanto, de modo paralelo, mas analógico, podemos dizer de Maria. Ela é Rainha em sentido próprio por dois títulos: por direito natural e por direito adquirido. Por direito natural, em vista do fato mesmo de ser Mãe do Deus-Homem.
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De fato, como a Mãe de Deus feito homem, Ela pertence à ordem da união hipostática (pois a humanidade de Cristo é também termo da maternidade divina) e participa assim da dignidade real de seu divino Filho. E é também Rainha por direito adquirido, pois que associada intimamente com Cristo na obra de nosso resgate é verdadeira Co-redentora, ao lado do Redentor.
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É bem verdade que só a Deus, como autor de todas as coisas, convém essencialmente a Realeza universal sobre todas as criaturas, que Ele governa e conduz a seu fim. Mas é também verdade que Jesus e Mariaparticipam dessa Realeza universal, que convém essencialmente só a Deus. De que modo?
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Cristo, mesmo como homem, participa dessa Realeza de duas maneiras: por direito natural e por direito adquirido. Por direito natural, antes de tudo, por causa de sua personalidade divina, ou seja, por força da união hipostática.
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E por direito adquirido, isto é, por causa do resgate do gênero humano, por Ele operado, do domínio de Satanás. Outro tanto, de modo paralelo, mas analógico, podemos dizer de Maria. Ela é Rainha em sentido próprio por dois títulos: por direito natural e por direito adquirido. Por direito natural, em vista do fato mesmo de ser Mãe do Deus-Homem.
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De fato, como a Mãe de Deus feito homem, Ela pertence à ordem da união hipostática (pois a humanidade de Cristo é também termo da maternidade divina) e participa assim da dignidade real de seu divino Filho. E é também Rainha por direito adquirido, pois que associada intimamente com Cristo na obra de nosso resgate é verdadeira Co-redentora, ao lado do Redentor.
c) Uma objeção. Não vale objetar que a mãe de um Rei, que se chama comumente de Rainha-Mãe, não é, de fato, Rainha em sentido próprio, pois não tem a autoridade real, como se poderia dizer ser o caso de Maria.
A resposta a essa objeção não parece nada difícil. É evidente, com efeito, que não há, nem pode haver paridade alguma entre a assim chamada Rainha-Mãe e a Virgem Santíssima. A Rainha-Mãe é simplesmente mãe de alguém que não nasceu Rei, mas isto se tornou posteriormente.
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A Virgem Santíssima, pelo contrário, é Mãe de quem foi Rei desde o primeiro instante de sua concepção. Concebeu-o a Virgem não somente como Deus, mas também como Rei, tendo Ele sido concebido e dado à luz por Ela como Rei, em razão mesmo da união hipostática. Podem aplicar-se, portanto, à Virgem Santíssima com toda razão aquelas palavras do Cântico dos Cânticos: “Vêde o Rei no diadema com que o coroou sua Mãe” (Cant 3, 11).
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Comenta Santo Ambrósio: “Coroou-o quando o formou, quando o gerou” (PL. 16, 328 D.). Em razão, portanto, da maternidade divina de Maria a Mãe de Deus vem a ser partícipe da dignidade real do Deus-Homem, seu Filho, adquirindo assim certo domínio sobre todas as coisas.
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A Virgem Santíssima, pelo contrário, é Mãe de quem foi Rei desde o primeiro instante de sua concepção. Concebeu-o a Virgem não somente como Deus, mas também como Rei, tendo Ele sido concebido e dado à luz por Ela como Rei, em razão mesmo da união hipostática. Podem aplicar-se, portanto, à Virgem Santíssima com toda razão aquelas palavras do Cântico dos Cânticos: “Vêde o Rei no diadema com que o coroou sua Mãe” (Cant 3, 11).
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Comenta Santo Ambrósio: “Coroou-o quando o formou, quando o gerou” (PL. 16, 328 D.). Em razão, portanto, da maternidade divina de Maria a Mãe de Deus vem a ser partícipe da dignidade real do Deus-Homem, seu Filho, adquirindo assim certo domínio sobre todas as coisas.
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d) Natureza e extensão da Realeza de Maria. A Virgem Santíssima, portanto, é e deve ser chamada Rainha do universo não só em sentido metafórico, mas também em sentido próprio.
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Como a de Cristo, a Realeza de Maria é, também, principal e diretamente uma Realezasobrenatural e espiritual; secundariamente, porém, e indiretamente é também uma Realeza natural e temporal, isto é, se estende também às coisas naturais e temporais, enquanto estas se referem ao fim sobrenatural e espiritual.
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Como a de Cristo, a Realeza de Maria é, também, principal e diretamente uma Realezasobrenatural e espiritual; secundariamente, porém, e indiretamente é também uma Realeza natural e temporal, isto é, se estende também às coisas naturais e temporais, enquanto estas se referem ao fim sobrenatural e espiritual.
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Como a de Cristo, assim também a Realeza de Maria não conhece limites de espaço, nem de tempo: estende-se a todos, a tudo e sempre à terra, ao céu, ao Purgatório e ao Inferno.
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Estende-se, antes de tudo, à terra, pois que as graças que descem do céu sobre a terra passam, pela vontade de Deus, através do coração e das mãos de Maria. Estende-se ao céu, sobre todos os bem-aventurados, seja porque sua graça essencial é devida, além dos méritos de Cristo, também aos de Maria; seja porque sua graça acidental precípua é causada pela amabilíssima presença da Virgem.
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Estende-se ao Purgatório, levando os fieis da terra a sufragarem de muitos modos as almas que ali sofrem e aplicando a estas, em nome do Senhor, os méritos e as satisfações de seu divino Filho, e os seus próprios. Estende-se, por fim, ao Inferno, fazendo tremer os demônios, tornando vãos seus assaltos para a perdição das almas. Não há, portanto, ponto algum do universo sobre que a Virgem Santíssima não estenda sua Realeza.
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Estende-se ao Purgatório, levando os fieis da terra a sufragarem de muitos modos as almas que ali sofrem e aplicando a estas, em nome do Senhor, os méritos e as satisfações de seu divino Filho, e os seus próprios. Estende-se, por fim, ao Inferno, fazendo tremer os demônios, tornando vãos seus assaltos para a perdição das almas. Não há, portanto, ponto algum do universo sobre que a Virgem Santíssima não estenda sua Realeza.
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[1] Cf. BOURASSE, Summa Aurea, vol. 9 e 10.
[2] Idem.
[3] L. c., vol. 10, col. 192-212.
[4] Cf. Dict. Archéol. Chrét.,
art
. Mages, t. IX, col. 995.
[5] Cf. DELATTRE, Le culte de la S. Vierge en Afrique, Paris, 1907, p.5-6.
[6] Cf. MALE, L’art réligieux du XII siècle en France, 3ª ed., Paris, 1928, p.56.
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ROSCHINI, G. Instruções Marianas. Tradução de José Vicente. São Paulo: Edições Paulinas, 1960, p.111-114.
Fonte: Mulher Católica.org
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