4 de agosto de 2014
"94% dos moradores de favela são felizes", revela Meirelles, do Data Popular
Por - iG São Paulo |
"Se tem um lugar onde a classe C cresceu, foi dentro da favela". É o que conta, com brilho nos olhos, o presidente do instituto Data Popular e autor do livro "Um país chamado Favela", que será lançado nesta quinta-feira (7) no shopping JK Iguatemi, novo templo da riqueza e do consumo em São Paulo. O livro foi escrito em parceria com o ativista Celso Athayde.
Ao iG, Meirelles aponta que, se existisse um Estado brasileiro chamado Favela, ele seria o quinto maior do País – com 12 milhões de pessoas. Lançando um olhar sobre os números, não restam dúvidas que a vida na favela melhorou. Nos últimos 10 anos, a renda dos favelados cresceu 54,7%, bem acima da média brasileira, que foi de 37,9%. A classe média, que representava um terço das comunidades pobres, virou 65% da população.
"A favela também se transformou num grande mercado consumidor. Em 2014, as favelas devem movimentar R$ 64,5 bilhões. É como se pegasse todo o consumo do Paraguai e somasse com o da Bolívia. Isso faz com que os asfalto comece a olhar a favela de um jeito diferente".
O empreendedorismo chama a atenção. Protagonistas de sua própria economia, os moradores aprenderam como gerar renda longe do asfalto: seja erguendo uma salão de beleza no puxadinho de casa, seja cuidando dos filhos do vizinho ou emprestando o cartão de crédito para um amigo. Até vaquinha para dividir o ponto da internet e TV a cabo é solução para ratear os custos e ter acesso a informações que antes eram privilégio das classes superiores.
Contudo, o dado mais revelador é sobre a felicidade dos moradores: 94% afirmam ser felizes, 74% consideram que a vida melhorou e 66% dizem não ter vontade de sair da favela, mesmo que suas rendas dobrassem. O livro foi baseado na pesquisa "Radiografia das favelas brasileiras", realizada em setembro de 2013 com 2 mil moradores de 63 favelas brasileiras, espalhadas por 10 Estados.
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