“Pretendo substituir Netanyahu”, disse Mofaz, 63. “Não vou aderir ao governo dele.”
13 de mayo de 2012
Israelense desafia fama de direitista
Israelense desafia fama de
direitista
Por ETHAN BRONNER - THE NEW YORK TIMES 07/05/2012
PETAH TIKVAH, Israel — Quando Shaul Mofaz assumiu
no mês passado a liderança do partido oposicionista Kadima, isso foi visto como
mais uma prova da guinada de Israel para a direita. Ex-chefe do Estado-Maior
das Forças Armadas e ex-ministro da Defesa, Mofaz era visto por muitos como uma
pálida réplica do premiê Binyamin Netanyahu e como um belicista interessado em
aderir à coalizão governista do Likud.
Por isso, foi surpreendente escutar de Mofaz
propostas geralmente associadas à esquerda.
Ele disse que o foco de Netanyahu no programa
nuclear iraniano desviou as atenções de prioridades mais importantes, como a
paz com os palestinos, o fim da construção de assentamentos na Cisjordânia e a
redução das desigualdades socioeconômicas de Israel. “Deixe que o presidente
Obama lide com o Irã”, afirmou. “Podemos confiar nele”.
“Pretendo substituir Netanyahu”, disse Mofaz, 63. “Não vou aderir ao governo dele.”
“Pretendo substituir Netanyahu”, disse Mofaz, 63. “Não vou aderir ao governo dele.”
Para ele, “a maior ameaça ao Estado de Israel
não é um Irã nuclear”, e sim o risco de Israel eventualmente deixar de ser um
Estado judaico, por ter tantos palestinos quanto judeus. “Por isso, é do
interesse de Israel que um Estado palestino seja criado.”
Mofaz disse que a aliança com Washington é o
maior patrimônio estratégico de Israel e que é necessário alinhar mais a
política do país com os EUA. Além disso, segundo ele, Netanyahu fala demais
sobre o Irã. Se chegar o momento em que apenas um ataque puder conter o
programa nuclear iraniano (e “Deus nos livre de o presidente americano decidir
não atacar”), então ele promete apoiar Netanyahu nessa decisão. Mas ele não
espera que isso aconteça.
As pesquisas indicam que, se as eleições
fossem hoje (elas só estão previstas para o segundo semestre de 2013),
Netanyahu venceria com facilidade. Mas, com Mofaz à frente do Kadima, surgiu
uma discussão resumida por um artigo no jornal “Maariv”, sob o título: “Não
subestimem Mofaz”.
Mofaz planeja transformar sua origem modesta
em um trunfo num momento em que muitos se sentem alienados por líderes como o
ministro da Defesa, Ehud Barak, que acabou de vender um apartamento por milhões
de dólares.
Mofaz nasceu em Teerã e se mudou, aos 9 anos,
com a família para o sul de Israel, onde se estabeleceram na cidade portuária
de Eilat. Seu pai havia sido diretor de escola no Irã, mas sua tentativa de
abrir um negócio em Eilat na década de 1950 fracassou e ele foi obrigado a
buscar trabalhos de baixa qualificação. Aos 10 anos, Mofaz já trabalhava na
construção.
Aos 14, seu pai o enviou a um colégio interno
agrícola no norte do país. Ele se levantava às 4h para ordenhar vacas, estudava
com afinco e percebeu que o caminho mais curto para fincar raízes aqui seria se
tornando paraquedista. Acabou virando chefe do Estado-Maior de Israel.
As credenciais de segurança de Mofaz, junto
com sua história de superação da adversidade como israelense com origens no
Irã, podem lhe oferecer fortes vantagens políticas. Vai depender da sua
capacidade de se conectar aos eleitores.
O parlamentar Yohanan Plesner, do Kadima,
disse que não é exagero imaginar uma vitória sobre Netanyahu.
“Nossas pesquisas mostram que só precisamos
capturar 4% da direita moderada para bloquear o domínio de Netanyahu”, disse.
“Com suas credenciais de segurança e seu foco na reconstrução das relações com
os EUA, Mofaz é capaz de fazer isso. Ele pode não ter carisma, mas sabe como
estabelecer um objetivo e formar uma equipe para governar.”
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