5 de julio de 2008
Herói camicase nas arenas da Espanha
O Globo, domingo, 29 de junho de 2008
Herói camicase nas arenas da Espanha
Priscila Guilayn
Madri — Nos anos 60, Manuel Benítez Pérez, conhecido como “El Cordobés”, fazia a Espanha parar para admirar sua destreza com os touros. Em 2000, quando pendurou sua capa vermelha, ele disse:
— Com os touros de hoje em dia não se pode tourear, eles simplesmente não andam.
O físico potente e o temperamento forte dos touros de outrora mostravam uma bravura que parece não existir mais.
Como conseqüência, as touradas foram perdendo emoção e o espetáculo de massas mais antigo da Espanha perdeu público — e o primeiro lugar no ranking de preferência nacional para o futebol. Neste cenário pouco palpitante, ressurgiu uma espécie de herói-toureiro: José Tomás.
Se o touro não quer briga, ele vai atrás e compra. E se é preciso derramar seu próprio sangue pela arena, assim será.
E é nesse panorama que ressurge uma velha polêmica: a tourada é uma arte centenária ou um sacrifício gratuito? José Tomás é um artista ou um camicase? — A última vez que as touradas tiveram tanta repercussão, ganhando a capa de todos os jornais foi no final da década de 90, com o próprio José Tomás como protagonista — conta o cronista de touradas Nacho González, editor-chefe da revista Aplausos, especializada no assunto.
— O estilo de José Tomás, quase suicida, tem muito impacto na mídia, e o tempo que ele passou sem tourear fez com que as expectativas crescessem muito e a repercussão se multiplicasse — afirmou.
As expectativas foram cumpridas além do esperado. José Tomás devolveu ao mundo das touradas um prêmio que, desde 1972, nenhum outro toureiro havia conseguido sobre a arena de Las Ventas: quatro orelhas de touro decepadas numa mesma tarde. No dia 15 cortou outras três, e saiu da arena em estado grave, com três chifradas na perna direita.
Ele dá o que o público farto de touros frouxos e ávido por emoção deseja.
Herói camicase nas arenas da Espanha
Priscila Guilayn
Madri — Nos anos 60, Manuel Benítez Pérez, conhecido como “El Cordobés”, fazia a Espanha parar para admirar sua destreza com os touros. Em 2000, quando pendurou sua capa vermelha, ele disse:
— Com os touros de hoje em dia não se pode tourear, eles simplesmente não andam.
O físico potente e o temperamento forte dos touros de outrora mostravam uma bravura que parece não existir mais.
Como conseqüência, as touradas foram perdendo emoção e o espetáculo de massas mais antigo da Espanha perdeu público — e o primeiro lugar no ranking de preferência nacional para o futebol. Neste cenário pouco palpitante, ressurgiu uma espécie de herói-toureiro: José Tomás.
Se o touro não quer briga, ele vai atrás e compra. E se é preciso derramar seu próprio sangue pela arena, assim será.
E é nesse panorama que ressurge uma velha polêmica: a tourada é uma arte centenária ou um sacrifício gratuito? José Tomás é um artista ou um camicase? — A última vez que as touradas tiveram tanta repercussão, ganhando a capa de todos os jornais foi no final da década de 90, com o próprio José Tomás como protagonista — conta o cronista de touradas Nacho González, editor-chefe da revista Aplausos, especializada no assunto.
— O estilo de José Tomás, quase suicida, tem muito impacto na mídia, e o tempo que ele passou sem tourear fez com que as expectativas crescessem muito e a repercussão se multiplicasse — afirmou.
As expectativas foram cumpridas além do esperado. José Tomás devolveu ao mundo das touradas um prêmio que, desde 1972, nenhum outro toureiro havia conseguido sobre a arena de Las Ventas: quatro orelhas de touro decepadas numa mesma tarde. No dia 15 cortou outras três, e saiu da arena em estado grave, com três chifradas na perna direita.
Ele dá o que o público farto de touros frouxos e ávido por emoção deseja.