21 de febrero de 2014

QUEM SUSCEDERÁ SHIMON PERES NA PRESIDÊNCIA?




Por Daniela Kresch
Jornalista
direto de Israel

QUEM SUSCEDERÁ SHIMON PERES NA PRESIDÊNCIA?
TEL AVIV - Acaba, em julho, o mandato de sete anos do presidente Shimon Peres (infelizmente, complemento sem hesitar). Quem o substituirá? A corrida pelo cargo está esquentando. Já perdi a conta de quantos querem ocupar a vaga. Nove, dez candidatos? Algo assim. Afinal, ser presidente de Israel é como ser Rainha da Inglaterra: muita festa, recepção e coquetel sem ter que se envolver em política. Há quem defenda a extinção da presidência por causa dos custos. “Não serve para nada”, dizem esses críticos. Mas eu tendo a achar que o presidente – quando é digno, como Peres – pode ser um excelente porta-voz para Israel.  

A corrida pela presidência é grande, principalmente depois que Shimon Peres conseguiu reabilitar o cargo. Antes dele, houve os fiascos de Moshe Katsav (2000-2007), que foi preso por estupro e assédio sexual, e o de Ezer Waizman (1993-2000), que renunciou por causa de um escândalo financeiro.
Depois de décadas de uma carreira política rica e polêmica, Peres se tornou finalmente consenso dentro de Israel. A verdade é que no Exterior, ele é há tempos uma espécie de lenda viva. Prêmio Nobel da Paz de 1994, famoso por seus discursos conciliadores e inspiradores, ele se tornou uma espécie de “ponto turístico” de políticos, celebridade e VIP’s em geral. É visitar o Museu do Holocausto, o Muro das Lamentações e se encontrar com o presidente.

Justamente por isto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ventilou a ideia de estender o mandato de Peres por, pelo menos, mais um ano. O objetivo seria estabelecer votação direta para a presidência. Hoje, quem escolhe é o Knesset, o Parlamento, por voto secreto. Para as “más línguas”, no entanto, Netanyahu quer estender o mandato de Peres porque não gosta dos nomes mais cotados para serem o próximo presidente. O principal é o ex-presidente do Parlamento, Reuven “Ruby” Rivlin, até bem pouco tempo braço-direito de Bibi, mas hoje uma inimizade. Rivlin é do Likud, o partido de Netanyahu, mas mesmo assim o premiê não quer vê-lo no cargo de “cidadão número 1” de Israel.
Outro nome cotado é o do ex-ministro do Exterior Silvan Shalom, também do Likud, mas também nada próximo a Netanyahu. O temor do premiê é o de Shalom tente usar a presidência como trampolim para “roubar” dele a liderança do país e se tornar o próximo primeiro-ministro. No caso de Peres, Netanyahu não teria esse medo. Afinal, o “velhinho” já está com 92 anos...

Além de Rivlin e Shalom, concorrem ao cargo o ex-ministro da Defesa Benjamin “Fuad” Ben-Eliezer, o ministro do turismo Uzi Landau, a ex-presidente do Parlamento Dalia Yitzik, a ex-juíza do Supremo Tribunal Dalia Dorner e até mesmo o ganhador do Prêmio Nobel de Química Dan Shechtman. É tanta gente que a presidência se transformou, de obsoleta, para o cargo mais disputado do país.

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