17 de noviembre de 2013

Israel e Arábia Saudita se unem para sabotar diplomacia

Israel e Arábia Saudita se unem para sabotar diplomacia


JERUSALÉM - Mesmo distantes geograficamente e sem ter relações diplomáticas, Israel e Arábia Saudita nunca estiveram tão próximos. Os dois países se uniram para sabotar a diplomacia que aproxima do Ocidente seu inimigo comum - o Irã. Ambos têm se mostrado inconformados com qualquer acordo que permita aos iranianos manter intactas suas capacidades nucleares. E enquanto os israelenses prometem acionar o lobby judaico nos Estados Unidos para pressionar o Congresso a adotar novas sanções contra o regime iraniano, a monarquia saudita ameaça comprar equipamentos nucleares do Paquistão para fazer frente ao inimigo histórico.
Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniu com o secretário de Estado americano, John Kerry, numa última tentativa de dissuadi-lo a fechar um acordo com o Irã. Segundo fontes do governo israelense, foi a reunião mais ríspida entre os dois. Isolado, Netanyahu estaria planejando renovar as pressões sobre o Congresso dos EUA. Publicamente, ele criticou as negociações em Genebra:
- É um acordo muito, muito, muito ruim. Os iranianos devem estar passeando satisfeitos em Genebra, pois eles conseguiram tudo sem oferecer nada.
Os EUA reagiram aos comentários.
- Qualquer crítica ao acordo é prematura - retrucou o vice-porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
Além da irritação dos israelenses, os americanos terão, ainda, que conter a fúria dos sauditas. Como Israel, a monarquia de al-Saud não tolera a ideia de um Irã nuclear, sendo uma tradicional rival de Teerã no Oriente Médio - com quem personifica a disputa de poder entre sunitas e xiitas no mundo muçulmano. Mas, se documentos revelados pelo WikiLeaks mostravam o rei Abdullah querendo "cortar a cabeça da serpente" quando se trata do inimigo Irã, Riad tem expressado enorme descontentamento com a aproximação americana do governo Hassan Rouhani.
Fontes diplomáticas sauditas garantem que o país não correrá o risco de ficar para trás se o Irã mantiver suas capacidades atômicas - mesmo que isso signifique uma corrida armamentista na região. Riad já estaria negociando a compra de equipamentos nucleares do Paquistão para se equiparar aos rivais de Teerã.

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