11 de diciembre de 2017

ABIM: A QUEM PERTENCE JERUSALÉM? - Uma solução para Jerusalém: a internacionalização da Cidade Santa

Agência Boa Imprensa – ABIM

A QUEM PERTENCE JERUSALÉM?

Jerusalem
  • Paulo Roberto Campos
Não é de hoje os conflitos envolvendo árabes e judeus pela disputa de Jerusalém. Nos presentes dias eles acirraram-se e ocupam grande parte do noticiário nacional e internacional devido ao recente reconhecimento, por parte do Presidente dos Estados Unidos, daquela Cidade Santa como capital de Israel. Já na década de 1940 Plinio Corrêa de Oliveira tratou dessa problemática.
A questão Palestina/Israel e as guerras intérminas lá desencadeadas parecem sem perspectiva de solução e a disputa entre árabes e judeus pela posse da Terra Santa vem se agravando dia-a-dia.

Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém
Igreja do Santo Sepulcro em JerusalémDesde o término da Segunda Guerra Mundial, tal disputa afligia o mundo. Já naquela época, em numerosos artigos o Prof. Plinio chamava a atenção para a gravidade do problema. Ele insistia especialmente num ponto: Os Lugares Santos foram percorridos e santificados por Nosso Senhor Jesus Cristo, que ali nasceu, viveu e morreu. E os católicos não podem ficar insensíveis, não se importando com o que acontece naquele território, uma vez que à Cristandade pertence Jerusalém e os Lugares Santos. Caso não se importassem, sua atitude seria semelhante à dos Apóstolos no Horto das Oliveiras que se entregaram ao sono e não acompanharam o Redentor em Sua Sacrossanta agonia.
A título de exemplo, segue trecho de um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado em 7-12-47 no semanário “Legionário”. Mas antes convém relembrar que, por “Cristandade”, o Autor entendia a “Civilização Católica Apostólica Romana, totalmente tal, absolutamente tal, minuciosamente tal”.

Representação da cidade no séc. XIII
Representação da cidade de Jerusalém no séc. XIII
“Vamos agora à questão da Terra Santa. O mundo inteiro está cheio do rumor levantado por ela. Os povos islâmicos se estão movimentando. Os elementos radicais do judaísmo, descontentes, reivindicam a própria posse dos Lugares Sagrados. O problema de saber a quem deve pertencer a Palestina parece insolúvel. Aos árabes? Aos judeus? Ninguém sabe. E como são poucos, neste mundo revolto, os que têm a coragem de enunciar a verdadeira decisão!
Quem tem a coragem de afirmar o princípio verdadeiro de que Jerusalém e os Lugares Santos, por terem sido consagrados pela Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, são patrimônio da Cristandade, e portanto não podem estar sob domínio exclusivo nem de árabes nem dos judeus?”

Uma solução para Jerusalém: a internacionalização da Cidade Santa

Capital de IsraelPaulo Roberto Campos
A respeito do post de ontem, intitulado A QUEM PERTENCE JERUSALÉM, recebi hoje de um colega — tarimbado, brilhante e arguto analista político — este e-mail:
“Li seu substancioso artigo na ABIM. Talvez valesse a pena um adendo. ‘Rebus sic stantibus’, creio seria ainda hoje a posição de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira”.
       Em vista do recente reconhecimento, por parte dos Estados Unidos, de Jerusalém como capital oficial de Israel, vem muito a propósito o referido adendo, que é uma matéria da TFP publicada na revista Catolicismo (Nº 200 – Agosto de 1967). Ei-la:

CHANCELER INFORMA À TFP: BRASIL APÓIA AINTERNACIONALIZAÇÃO DE JERUSALÉM

Com data de 11 de junho (de 1967), a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade enviou telegrama ao Presidente Costa e Silva e ao Chanceler Magalhães Pinto, pedindo que o Brasil propusesse urgentemente, a todos os países latino-americanos, dar apoio conjunto à internacionalização de Jerusalém, segundo o desejo de Sua Santidade o Papa Paulo VI. É o seguinte o texto do despacho:
“Peço a Vossa Excelência que o Brasil proponha urgentemente a todas as nações da América Latina darem apoio conjunto à internacionalização de Jerusalém, desejada pelo Santo Padre Paulo VI.
Essa medida, já múltiplas vezes pedida em solenes Documentos do inolvidável Pio XII, constitui merecida homenagem à Cidade Sagrada, que ficará assim resguardada de futuros riscos.
Corresponde às tradições cristãs brasileiras, bem como a nossos foros de mais populosa das nações católicas, assumir essa simpática iniciativa, a qual será entusiasticamente aplaudida por todos os brasileiros.
Na antecipada certeza da favorável acolhida de Vossa Excelência, apresento cordiais e respeitosos cumprimentos.
Plinio Corrêa de Oliveira
Presidente do Conselho Nacional da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade“.

Em resposta, o Ministro do Exterior telegrafou nestes termos, em data de 7 de julho (de 1967), ao Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“O Senhor Presidente da República encaminhou-me o telegrama pelo qual Vossa Senhoria solicita o apoio do Brasil à internacionalização de Jerusalém. Apraz-me informar a Vossa Senhoria que o Governo brasileiro tem defendido a tese de que Jerusalém deve ser colocada sob regime internacional permanente que propicie garantias especiais aos Lugares Santos, e nesse sentido expressei-me no discurso que pronunciei perante a Assembleia Geral de emergência das Nações Unidas.
Por outro lado, a Delegação brasileira patrocinou, juntamente com outros países latino-americanos, um projeto de resolução que, entre outros pontos, propõe a internacionalização da Cidade Santa, apoiando a posição da Santa Sé. Atenciosos cumprimentos.
José de Magalhães Pinto”.


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