25 de marzo de 2018
ANUNCIAÇÃO DO ANJO E ENCARNAÇÃO DO VERBO
Plinio Corrêa de Oliveira*
A cena famosa da Anunciação do Arcanjo São Gabriel a Nossa Senhora, no retábulo pintado por Fra Angélico [quadro acima], constituiu para a humanidade uma hora da graça. Abriu-se o Céu que a culpa de Adão e Eva havia cerrado, e dele desceu um espírito de luz e pureza, trazendo consigo mensagem de reconciliação e paz, dirigida à criatura mais formosa, nobre, cândida e benigna que nascera da estirpe de Adão.
Estando o Arcanjo em presença da Santíssima Virgem, o diálogo se estabelece. A nobreza própria à natureza angélica, sua fortaleza leve e toda espiritual, sua inteligência e pureza, enfim tudo se espelha admiravelmente na figura altamente expressiva de São Gabriel. Nossa Senhora, com razão, aparece na pintura menos etérea e impalpável, pois é uma criatura humana. Entretanto, um quê de angélico nota-se em toda a compostura d´Aquela que é a Rainha dos anjos. Sua fisionomia excede em espiritualidade, nobreza e candura à do próprio emissário celeste.
Invisível, Deus entretanto manifesta sua presença na luz sobrenatural que parece irradiar de ambos os personagens, comunicando a toda a natureza o esplendor de uma alegria pura, tranquila, virginal. Sente-se quase a temperatura suavíssima, a brisa levíssima e aromática, a alegria que perpassa todo o ambiente criado por Nossa Senhora e o Arcanjo.
(*) Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em novembro de 1986, sem sua revisão.
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