19 de diciembre de 2009
Estrangeiros criam Jerusalém fantasma
Folha de S. Paulo, domingo, 13 de dezembro de 2009
Estrangeiros criam Jerusalém fantasma
Marcelo Ninio
Jerusalém — O interesse crescente de estrangeiros em adquirir imóveis em Jerusalém provocou um fenômeno inusitado: algumas áreas da cidade mais disputada do mundo ameaçam transformar-se em verdadeiros bairros-fantasma.
Preocupada com a tendência e suas consequências socioeconômicas, a prefeitura da cidade enviou recentemente cartas a 9.000 proprietários ausentes pedindo que ocupem ou aluguem seus imóveis.
A maioria dos apartamentos vazios pertence a judeus ortodoxos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França, que passam apenas alguns dias por ano em Israel, geralmente em festas religiosas ou familiares.
O que motiva o investimento, além do retorno garantido, é a sensação de ter um refúgio no caso de uma onda de antissemitismo em seus países de origem. O resultado: prédios inteiros nas áreas mais exclusivas de Jerusalém ficam vazios boa parte do ano, tornando a escassez de imóveis na cidade ainda mais dramática.
A grande concentração de ultraortodoxos e árabes, populações com altos índices de pobreza, faz de Jerusalém a cidade de menor renda em Israel. De acordo com dados divulgados no mês passado pelo Instituto Nacional de Seguros, 32,3% dos residentes são considerados pobres.
A falta de acesso econômico aos bairros mais centrais de Jerusalém força famílias de baixa renda, estudantes e jovens casais a buscar um teto na periferia da cidade.
Esse êxodo acaba gerando tensões não só de caráter social, mas também políticas, pois dá ao governo justificativa para ampliar bairros na parte oriental da cidade, reivindicada pelos palestinos para ser a capital de seu Estado independente.
Estrangeiros criam Jerusalém fantasma
Marcelo Ninio
Jerusalém — O interesse crescente de estrangeiros em adquirir imóveis em Jerusalém provocou um fenômeno inusitado: algumas áreas da cidade mais disputada do mundo ameaçam transformar-se em verdadeiros bairros-fantasma.
Preocupada com a tendência e suas consequências socioeconômicas, a prefeitura da cidade enviou recentemente cartas a 9.000 proprietários ausentes pedindo que ocupem ou aluguem seus imóveis.
A maioria dos apartamentos vazios pertence a judeus ortodoxos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França, que passam apenas alguns dias por ano em Israel, geralmente em festas religiosas ou familiares.
O que motiva o investimento, além do retorno garantido, é a sensação de ter um refúgio no caso de uma onda de antissemitismo em seus países de origem. O resultado: prédios inteiros nas áreas mais exclusivas de Jerusalém ficam vazios boa parte do ano, tornando a escassez de imóveis na cidade ainda mais dramática.
A grande concentração de ultraortodoxos e árabes, populações com altos índices de pobreza, faz de Jerusalém a cidade de menor renda em Israel. De acordo com dados divulgados no mês passado pelo Instituto Nacional de Seguros, 32,3% dos residentes são considerados pobres.
A falta de acesso econômico aos bairros mais centrais de Jerusalém força famílias de baixa renda, estudantes e jovens casais a buscar um teto na periferia da cidade.
Esse êxodo acaba gerando tensões não só de caráter social, mas também políticas, pois dá ao governo justificativa para ampliar bairros na parte oriental da cidade, reivindicada pelos palestinos para ser a capital de seu Estado independente.