Israel aprova recrutamento civil de 1,3 mil ultra-ortodoxos
Decisão reabre debate sobre a não renovação da lei que garantia isenção do serviço militar para os ultra-ortodoxos
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Ao adotar essa medida, as autoridades israelenses ganham tempo até que, uma vez montado o próximo governo, se resolva o vazio legal deixado pela não renovação da lei que regulava a isenção do serviço militar para os ultra-ortodoxos, declarada inconstitucional pelo Supremo no último mês de agosto.
A decisão anunciada hoje mantém essa isenção na prática, já que os ultra-ortodoxos seguirão ser usar o uniforme militar, como fazem o resto dos homens (três anos) e mulheres (dois) do país, a exceção da minoria palestina.
Em um comunicado divulgado após a reunião do gabinete, o Executivo argumenta que, "sem a decisão de hoje, milhares de homens ultra-ortodoxos que estariam interessados em integrar o serviço civil na polícia, no serviço médico e social, entre outros, não poderiam se inscrever".
"Em 2008, apenas 15 homens ultra-ortodoxos se alistaram no serviço nacional (reservistas). Hoje, mais de 2 mil estão servindo no serviço nacional", acrescentou.
Pouco tempo após seu anúncio, a medida já era criticada por distintas partes do campo político.
A ex-ministra das Relações Exteriores e líder do novo partido Hatnuá, Tzipi Livni, qualificou de "degradante" a "intenção do Governo de ignorar a decisão do tribunal e perpetuar esse erro social histórico".
"Justo antes das eleições? O governo escolhe cuspir na cara da maioria sionista e das pessoas que serve no Exército, chamada várias vezes à reserva, e que já não está disposta a sofrer esta situação", acrescentou Tzipi.
O responsável do grupo de pressão parlamentar de reservistas, o deputado trabalhista Eitan Cabel, interpretou o anúncio como uma antecipação de "como será o próximo governo se o eleito for (Benjamín) Netanyahu", que "segue fugindo de toda decisão possível".
Yohanan Plesner, o legislador do Kadima que liderou uma comissão para preparar um relatório sobre o tema, o qual acabou sendo desprezado Executivo, acredita que Netantayu quer "perpetuar a evasão ultra-ortodoxa" das fileiras, uma medida adotada pouco depois da criação do Estado de Israel em 1948.
A direita mais extrema também se mostrou contra a medida: o presidente da Casa Judaica, Naftali Bennett, acusou o governo de "tentar ganhar tempo" e cobrou uma "solução real".
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