Edição 567 Diretor/Editor: Osias Wurman | Segunda, 28 de Maio de 2018 |
O cardeal August Hlond foi um dos 12 nomes sugeridos, para canonização, que está em um estagio avançado pelo Papa.
Em uma carta dirigida ao Vaticano, o Comitê Judaico Americano (AJC), advertiu que colocar Hlond no caminho da santidade “será percebido dentro da comunidade judaica e mais além, como sendo uma expressão de aprovação da abordagem, extremamente negativa do Cardeal Hlond em relação à comunidade judaica”, disse o Rabino David Rosen, diretor de assuntos inter-religiosos do AJC.
Em sua carta pastoral de 1936, Hlond condenou o judaísmo e pediu um boicote aos negócios judaicos.
"É bom preferir sua própria espécie, ao fazer compras, para evitar lojas e barracas judaicas no mercado. Deve-se ficar longe da influência moral e prejudicial dos judeus, manter-se longe de sua cultura anticristã e, especialmente, boicotar a imprensa judaica e desmoralizar as suas publicações".
Hlond recusou-se a encontrar com líderes judeu-poloneses, dez anos depois, devido às preocupações sobre as acusações de assassinatos em ritual antes da Páscoa e o perigo do pogrom.
O medo da comunidade se tornou realidade, no dia 4 de julho de 1946, quando uma multidão atacou a construção do Comitê Judaico em Kielce, deixando 42 judeus mortos e mais de 40 feridos. Uma semana depois, a carta do AJC dizia: “O cardeal Hlond realizou uma coletiva de imprensa, mas não condenou o pogrom nem pediu que os poloneses parassem de assassinar os judeus. Ao invés disso, ele afirmou que os judeus eram todos comunistas ou apoiadores do comunismo”.
Hlond foi o oficial de maior hierarquia da Igreja na Polônia, de 1926 a 1948. Foi considerado responsável por manter a igreja forte e proteger sua autonomia, durante a ocupação nazista e o comunismo pós-guerra.
O Vaticano ainda deve confirmar um milagre atribuído à Hlond, para que ele seja beatificado e posteriormente, canonizado.
No hay comentarios:
Publicar un comentario