6 de diciembre de 2010
O Estado de S. Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Uma internet para ortodoxos
Edmund Sanders, Los Angeles Times
Há muito tempo, os ultraortodoxos consideram a moderna tecnologia incompatível com a vida espiritual. A televisão é proibida e somente os celulares kosher, que trazem selos rabínicos e as mensagens de texto desabilitados, são aceitos. Os rabinos ultraortodoxos inicialmente declararam a internet a maior ameaça para o judaísmo, comparando-a a comer carne de porco e considerando-a “mil vezes pior” do que a TV. Com a difusão da tecnologia, os rabinos abrandaram sua postura, e em 2005 permitiram um uso limitado da internet para fins de trabalho.
“A esmagadora maioria compreende que, se não se pode combatê-la, é melhor adotá-la”, diz Avi Greenzeig, de 24 anos, considerado o primeiro “monitor kashrut” de Israel — semelhante aos que inspecionam os restaurantes kosher. No escritório anônimo do site em Jerusalém, Greenzeig revê cada artigo e comentário de leitor antes que seja postado online. Ele bloqueou, por exemplo, um artigo sobre um rabino acusado de assediar estudantes masculinos.
Os rabinos também manifestaram preocupação com os sites de outros credos religiosos. E temem que os haredi desperdicem muito tempo surfando por sites de notícias e de entretenimento irrelevantes e não dediquem tempo suficiente na meditação religiosa.