Movimento 'indignados' da Espanha dá origem a um novo partido político
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PAUL HAMILOS
DO "GUARDIAN", EM MADRID
DO "GUARDIAN", EM MADRID
A ira na Espanha diante da corrupção, recessão, dívida, e de uma geração perdida, não se abateu desde que um grupo que se descrevia como "os indignados" ocupou a praça Puerta del Sol, em Madri, em 2011.
Agora, uma nova legenda, o Partido X, emergiu dos protestos, com a intenção declarada de romper a hegemonia das duas grandes agremiações do país, o Partido do Povo (PP) e o Partido Socialista (PSOE), que se revezam no governo desde o final da ditadura Franco, nos anos 70.
"Na Espanha, existe uma classe política que, na melhor das hipóteses, não compreende as necessidades da sociedade civil, e na pior está completamente corrupta e falida", diz Simona Levi, diretora e atriz de teatro e veterana ativista política que se tornou porta-voz do novo partido.
O PP e PSOE perderam milhões de eleitores desde o começo da crise, cinco anos atrás, e é esse espaço que o Partido X deseja ocupar.
As carreiras do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e do líder socialista, Alfredo Perez Rubalcaba, foram iniciadas nos anos 80, quando o país estava dividido entre esquerda e direita.
A retórica política que empregam é a de dois velhos boxeadores, tentando nocautear o oponente e inconscientes de que muitos dos espectadores já se cansaram há muito de acompanhar a luta.
"Eles estão mortos, mas ninguém se deu ao trabalho de lhes apresentar um atestado de óbito", diz Gonzalo Bove, editor da revista satírica "Mongolia". "A Espanha é o Titanic, e o governo é a banda que toca no navio".
O principal foco de ataque é a corrupção. Listar o número de investigações abertas na Espanha sobre corrupção financeira e política é quase impossível.
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